Caros,
Segue artigo discutido no New England de 17/12/15:
Abraços,
Como classificá-lo?
- Persistente: ≥ 48h
- Intratável: ≥ 1 mês
Como tratá-lo?
Pode ser necessário excluir causas secundárias como patologias no SNC, tórax, abdômen, metabólicas, entre outras. Vale lembrar uremia como causa. O limiar para investigação é mais baixo no paciente internado, especialmente se o soluço for persistente.
Entretanto, as primeiras medidas são simples e podem parecer até esquisitas. Então, compartilho uma história...
Lembro de uma noite de plantão do R1, quando sou chamado para ver um paciente da hematologia que apresentava soluços há dois dias (persistente) e não melhorava. Na época, recorri ao mnemônico aprendido nos sábados com do Dr. Marcelo Lopes: PHAB (Plasil, Haldol, Amplictil, Baclofeno). Mas... o paciente tinha reação ao plasil, não podia fazer clorpromazina e haldol (não lembro mais o porquê) e não tinha baclofeno. Ele já tinha tomado litros e litros de água, tentado susto, sem melhora...
O que fazer???
Então, sentando do lado do leito com o companheiro Current para ler, vejo as opções de tratamento descritas:
Lembro de uma noite de plantão do R1, quando sou chamado para ver um paciente da hematologia que apresentava soluços há dois dias (persistente) e não melhorava. Na época, recorri ao mnemônico aprendido nos sábados com do Dr. Marcelo Lopes: PHAB (Plasil, Haldol, Amplictil, Baclofeno). Mas... o paciente tinha reação ao plasil, não podia fazer clorpromazina e haldol (não lembro mais o porquê) e não tinha baclofeno. Ele já tinha tomado litros e litros de água, tentado susto, sem melhora...
O que fazer???
Então, sentando do lado do leito com o companheiro Current para ler, vejo as opções de tratamento descritas:
"(1) Irritation of the naso-pharynx by tongue traction, lifting the uvula with a spoon, catheter stimulation of the nasopharynx, or eating 1 tea-spoon (tsp) (7 g) of dry granulated sugar. (2) Interruption of the respiratory cycle by breath holding, Valsalva maneuver, sneezing, gasping (fright stimulus), or rebreathing into a bag. (3) Stimulation of the vagus by carotid massage. (4) Irritation of the diaphragm by holding knees to chest or by continuous positive airway pressure during mechanical ventilation. (5) Relief of gastric distention by belching or insertion of a nasogastric tube."
Sentimento: 😳😳😳
Então falei pro paciente:
Então falei pro paciente:
- "Olha, a gente tem a opção de tentar aqui uma ruma de coisa que parece esquisita, mas que pode funcionar..."
Expliquei as opções. Ele topou, eu passei na copa, levei o acúçar em um copo e disse:
Expliquei as opções. Ele topou, eu passei na copa, levei o acúçar em um copo e disse:
-"Vamos começar pelo açúcar. Você toma esse açúcar sem água que eu vou ali pegar um saco pra você respirar nele".
... E pensei na longa lista de procedimentos que passaria a fazer no plantão...
Então quando eu chego com o saco, ele, depois de dois dias, me surpreende:
-"Passou!"👍👍
🙌🙌👏👏🏆
Conto para os outros residentes e tive vários feedbacks de pacientes, que nos plantões, passaram o soluço da mesma forma: 1-2 colher(es) de sopa de açúcar granulado seco (que desce irritando a garganta). Ainda bem que ele era jovem e não diabético! 😊😊😊
Eu tenho duas receitas próprias que não falham comigo. A primeira, realmente é com água, mas consiste em beber goles os menores possíveis da forma mais rápida possível, de forma que até a deglutição, às vezes, fica descoordenada. O segundo é aguentar um mata-leão até onde der (o que equivale à compressão carotídea).
Entretanto, ocasionalmente, podemos precisar lançar mão de medicações.
Que medicações e doses utilizar?
O texto abaixo cita várias drogas e revisa as seguintes:
Eu tenho duas receitas próprias que não falham comigo. A primeira, realmente é com água, mas consiste em beber goles os menores possíveis da forma mais rápida possível, de forma que até a deglutição, às vezes, fica descoordenada. O segundo é aguentar um mata-leão até onde der (o que equivale à compressão carotídea).
Entretanto, ocasionalmente, podemos precisar lançar mão de medicações.
Que medicações e doses utilizar?
O texto abaixo cita várias drogas e revisa as seguintes:
- Clorpromazina (Amplictil®) comp. de 25 mg. Dose: 25-50mg VO 3-4x ao dia, podendo fazer parenteral nos casos refratários.
- Baclofeno (Lioresal®) comp. de 10 mg. Dose: 5-25 mg VO 3x ao dia.
- Gabapentina (Neurontin®) cáps. de 300 mg. Dose: 100-300 mg VO 3-4x ao dia. (Uma opção é abrir a cápsula e desprezar no "olhômetro" cerca de metade da dose, inicialmente).
- Metoclopramida (Plasil®) comp. de 10 mg. Dose: 10 mg VO 3x ao dia.
Transcrevo abaixo o texto extraído do Medscape.
Espero que tenham gostado :)
Espero que tenham gostado :)
What Is the Latest on Treatment for Hiccups?
Question
What is the latest on treatment for hiccups?
Response from Jenny A. Van Amburgh, PharmD, BCACP, CDE Assistant Dean of Academic Affairs; Clinical Professor, School of Pharmacy, Northeastern University; Director, Clinical Pharmacy Services & Residency Program, Harbor Health Services, Inc., Boston, Massachusetts |
Affecting nearly everyone at least once in their life, a hiccup, or singultus, is a spontaneous, spasmodic contraction of the diaphragm and intercostal muscles, which is immediately followed by closure of the glottis. Air meeting the closed glottis produces the classic "hic" sound. Classification and determination of treatment is based on the duration and cause of hiccups. A bout of hiccups can last minutes to hours, while persistent hiccups last longer than 48 hours and intractable hiccups last longer than 1 month. Although hiccups are generally benign, prolonged hiccups may lead to complications, including exhaustion, malnutrition, dehydration, or even death in extreme cases.
Hiccups are usually self-limiting and resolve spontaneously with or without simple physical maneuvers, but pharmacologic treatment should be considered for hiccups lasting longer than 24 hours.
Common physical measures, or "folk remedies," include raising carbon dioxide pressure by holding one's breath and stimulation of the pharynx by sipping iced water, gargling, or swallowing granulated sugar. Although these remedies may provide relief, there is no scientific evidence to support their clinical efficacy on cessation of hiccups.
Several pharmacologic treatments have demonstrated anecdotal efficacy in the treatment of hiccups, but only one drug—the antipsychotic agent chlorpromazine—has been approved by the US Food and Drug Administration (FDA). Chlorpromazine may be used orally at 25-50 mg three to four times daily for intractable hiccups. Parenteral therapy can be considered if symptoms persist for 2-3 days. Other medications that have limited evidence of efficacy for hiccups include but are not limited to muscle relaxants (eg, baclofen), anticonvulsants (eg, gabapentin, pregabalin, carbamazepine, valproic acid, phenytoin), antipsychotics (eg, olanzapine, haloperidol, risperidone), and various other drugs (eg, metoclopramide, carvedilol, amantadine).
This article will review literature supporting the use of baclofen, gabapentin, or metoclopramide, three commonly used off-label medications, for the treatment of hiccups.
Baclofen is commonly used as a second-line therapy to chlorpromazine. Guelaud and colleagues conducted a study following 37 patients with chronic hiccups treated with baclofen (5-25 mg three times daily). Baclofen treatment resulted in cessation of hiccups in 18 patients (49%) and marked improvement in hiccups in 10 patients (27%).
Gabapentin is thought to curb the excitatory activity of the diaphragm via blocking voltage-gated calcium channels, reducing the release of glutamate and substance P. Thompson and Brooks conducted a MEDLINE search producing three case series (66 patients total with improvement/cessation in 64 patients) and 17 case reports supporting the successful use of gabapentin for hiccups. The recommended dosing of gabapentin for persistent or intractable hiccups is 100 mg three to four times daily, titrated until improvement up to a maximum total daily dose of 1200 mg.
Metoclopramide, a dopamine antagonist, has shown potential for hiccup cessation and decreased frequency via CNS depression. Wang and Wang conducted a double-blinded, randomized, placebo-controlled study to investigate the use of metoclopramide in intractable hiccups. A dose of metoclopramide 10 mg three times daily resulted in 11 out of 17 patients (65%) with marked improvement in hiccups compared with 4 out of 17 patients (24%) on placebo.
Although chlorpromazine is generally considered first-line therapy for the treatment of hiccups, drug therapy choice can be guided on the basis of concomitant disease states or intolerability to chlorpromazine due to postural hypotension, excessive drowsiness, or dystonic reactions. Baclofen might be an option for patients who do not tolerate chlorpromazine. Patients with hiccups and a seizure disorder or neuropathic pain may benefit from treatment with gabapentin, while metoclopramide can be helpful for patients suffering from hiccups and gastroesophageal reflux disease.
Above all, identifying the underlying cause of hiccups should be attempted first.
The author wishes to acknowledge the assistance of, Lisa Cillessen, PharmD, RPh; Amy Thein, PharmD, RPh; and Josephine Aranda, PharmD, RPh, PGY1 Residents at Northeastern University School of Pharmacy, in collaboration with Federally Qualified Health Centers and the Program of All-Inclusive Care for the Elderly, Boston, Massachusetts.