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quinta-feira, 30 de julho de 2015

Omeprazol (Inibidores de Bomba de Prótons) associados com Infarto do Miocárdio?

Inibidores de bomba de prótons e IAM: aumento do risco em 16%

Já vimos que os inibidores de bomba de prótons possuem efeitos colaterais bem documentados como diminuição da absorção de ferro, vitamina B12, Magnésio e Cálcio (com aumento de osteoporose e fraturas), aumento do risco de infecções intestinais, como por Clostridium, aumento do risco de pneumonia, nefrite intersticial e outros (postagem anterior: "Vamos renovar a receita do omeprazol?").

Entretanto, um recente artigo publicado no British Medical Journal demonstrou associação com aumento de risco de doença cardiovascular / infarto. Tal associação não foi evidenciada com Bloqueadores H2, como a ranitidina. Resta confirmação prospectiva, mas fica o alerta.

Cuidado com a prescrição em cascata! Tomar muitos remédios não é indicação de se fazer mais um, pois esse "para proteger o estômago" pode sair caro...

Primum non nocere.

Podem ver o artigo em [Free full-text PLoS One article PDF]

Vejam a descrição abaixo:

Is PPI Use Associated With Increased Cardiovascular Risk?

Information sourced from BMJ:
BMJ 2015;350:h3220
Research News
People taking proton pump inhibitors may have increased risk of myocardial infarction, study shows
Susan Mayor
London
People taking proton pump inhibitors have a 16% higher risk of myocardial infarction than people who don't, a large US data mining study indicates.1
Researchers used a novel approach to mine clinical pharmacovigilance data that used multiple data sources to assess whether there was any association between use of proton pump inhibitors and cardiovascular risk in the general population. They queried more than 16 million clinical documents, including patients' clinical notes, providing information on a total of 2.9 million people.
The results, reported in PLoS One, showed that, among patients with gastro-esophageal reflux disease, taking a proton pump inhibitor was associated with a 16% increased risk of myocardial infarction (adjusted odds ratio 1.16 (95% confidence interval 1.09 to 1.24)). There was no association with myocardial infarction for another class of agents commonly used to treat gastro-esophageal reflux disease, H2 antagonists (adjusted odds ratio 0.93 (0.86 to 1.02)).
A separate analysis in a prospective cohort showed that the risk of cardiovascular mortality in people taking proton pump inhibitors was nearly twice the risk in people not taking these drugs (hazard ratio 2.22 (1.07 to 3.78)).
"Our results demonstrate that PPIs [proton pump inhibitors] appear to be associated with elevated risk of MI in the general population and H2-blockers show no such association," wrote the researchers, led by Nigam Shah, assistant professor at the Stanford Center for Biomedical Informatics Research, California. Their result was consistent with previous findings that proton pump inhibitors may adversely affect vascular function, he said.
"These drugs may not be as safe as we think," said coauthor Nicholas Leeper, also from Stanford University. But he cautioned that the association between proton pump inhibitors and myocardial infarction seen in the study did not, in itself, prove causation. "This association needs to be tested in a large, prospective, randomized trial," he explained. "The truth will come out when we randomize several hundred people, give half of them PPIs and put the other half on H2 blockers, and see what happens."
References
01. Shah NH, LePendu P, Bauer-Mehren A, et al. Proton pump inhibitor usage and the risk of myocardial infarction in the general population. PLoS One 10 Jun 2015, doi:10.1371/journal.pone.0124653.
Copyright © 2015 BMJ Publishing Group Ltd
The above message comes from BMJ, who is solely responsible for its content.





quarta-feira, 29 de julho de 2015

Soluços: Como classificar e tratar?

Fonte:http://www.medscape.com/viewarticle/844420




O soluço é um sintoma relativamente comum que pode surgir em qualquer paciente, internado ou ambulatorial. Pode ser um epifenômeno banal ou estar relacionado com patologias graves, especialmente se persistente ou intratável. Há mais de 100 causas descritas de soluços relacionados à patologias.

Como classificá-lo?


  • Persistente: ≥ 48h
  • Intratável: ≥ 1 mês

Como tratá-lo?

Pode ser necessário excluir causas secundárias como patologias no SNC, tórax, abdômen, metabólicas, entre outras. Vale lembrar uremia como causa. O limiar para investigação é mais baixo no paciente internado, especialmente se o soluço for persistente. 

Entretanto, as primeiras medidas são simples e podem parecer até esquisitas. Então, compartilho uma história...

Lembro de uma noite de plantão do R1, quando sou chamado para ver um paciente da hematologia que apresentava soluços há dois dias (persistente) e não melhorava. Na época, recorri ao mnemônico  aprendido nos sábados com do Dr. Marcelo Lopes: PHAB (Plasil, Haldol, Amplictil, Baclofeno). Mas... o paciente tinha reação ao plasil, não podia fazer clorpromazina e haldol (não lembro mais o porquê) e não tinha baclofeno.  Ele já tinha tomado litros e litros de água, tentado susto, sem melhora...

O que fazer???

Então, sentando do lado do leito com o companheiro Current para ler, vejo as opções de tratamento descritas:

"(1) Irritation of the naso-pharynx by tongue traction, lifting the uvula with a spoon, catheter stimulation of the nasopharynx, or eating 1 tea-spoon (tsp) (7 g) of dry granulated sugar. (2) Interruption of the respiratory cycle by breath holding, Valsalva maneuver, sneezing, gasping (fright stimulus), or rebreathing into a bag. (3) Stimulation of the vagus by carotid massage. (4) Irritation of the diaphragm by holding knees to chest or by continuous positive airway pressure during mechanical ventilation. (5) Relief of gastric distention by belching or insertion of a nasogastric tube."


Sentimento: 😳😳😳

Então falei pro paciente: 
- "Olha, a gente tem a opção de tentar aqui uma ruma de coisa que parece esquisita, mas que pode funcionar..." 
Expliquei as opções. Ele topou, eu passei na copa, levei o acúçar em um copo e disse: 

-"Vamos começar pelo açúcar. Você toma esse açúcar sem água que eu vou ali pegar um saco pra você respirar nele".

... E pensei na longa lista de procedimentos que passaria a fazer no plantão...

Então quando eu chego com o saco, ele, depois de dois dias, me surpreende:
-"Passou!"👍👍

🙌🙌👏👏🏆

Conto para os outros residentes e tive vários feedbacks de pacientes, que nos plantões, passaram o soluço da mesma forma: 1-2 colher(es) de sopa de açúcar granulado seco (que desce irritando a garganta). Ainda bem que ele era jovem e não diabético! 😊😊😊

Eu tenho duas receitas próprias que não falham comigo. A primeira, realmente é com água, mas consiste em beber goles os menores possíveis da forma mais rápida possível, de forma que até a deglutição, às vezes, fica descoordenada. O segundo é aguentar um mata-leão até onde der (o que equivale à compressão carotídea).

Entretanto, ocasionalmente, podemos precisar lançar mão de medicações.

Que medicações e doses utilizar?

O texto abaixo cita várias drogas e revisa as seguintes:


  1. Clorpromazina (Amplictil®) comp. de 25 mg. Dose: 25-50mg VO 3-4x ao dia, podendo fazer parenteral nos casos refratários.
  2. Baclofeno (Lioresal®) comp. de 10 mg. Dose: 5-25 mg VO 3x ao dia.
  3. Gabapentina (Neurontin®) cáps. de 300 mg. Dose: 100-300 mg VO 3-4x ao dia. (Uma opção é abrir a cápsula e desprezar no "olhômetro" cerca de metade da dose, inicialmente).
  4. Metoclopramida (Plasil®) comp. de 10 mg. Dose: 10 mg VO 3x ao dia.

Transcrevo abaixo o texto extraído do Medscape.

Espero que tenham gostado :)

What Is the Latest on Treatment for Hiccups?

Question

What is the latest on treatment for hiccups?
Response from Jenny A. Van Amburgh, PharmD, BCACP, CDE

Assistant Dean of Academic Affairs; Clinical Professor, School of Pharmacy, Northeastern University; Director, Clinical Pharmacy Services & Residency Program, Harbor Health Services, Inc., Boston, Massachusetts
Affecting nearly everyone at least once in their life, a hiccup, or singultus, is a spontaneous, spasmodic contraction of the diaphragm and intercostal muscles, which is immediately followed by closure of the glottis. Air meeting the closed glottis produces the classic "hic" sound. Classification and determination of treatment is based on the duration and cause of hiccups. A bout of hiccups can last minutes to hours, while persistent hiccups last longer than 48 hours and intractable hiccups last longer than 1 month. Although hiccups are generally benign, prolonged hiccups may lead to complications, including exhaustion, malnutrition, dehydration, or even death in extreme cases.
Hiccups are usually self-limiting and resolve spontaneously with or without simple physical maneuvers, but pharmacologic treatment should be considered for hiccups lasting longer than 24 hours.
Common physical measures, or "folk remedies," include raising carbon dioxide pressure by holding one's breath and stimulation of the pharynx by sipping iced water, gargling, or swallowing granulated sugar. Although these remedies may provide relief, there is no scientific evidence to support their clinical efficacy on cessation of hiccups.
Several pharmacologic treatments have demonstrated anecdotal efficacy in the treatment of hiccups, but only one drug—the antipsychotic agent chlorpromazine—has been approved by the US Food and Drug Administration (FDA). Chlorpromazine may be used orally at 25-50 mg three to four times daily for intractable hiccups. Parenteral therapy can be considered if symptoms persist for 2-3 days. Other medications that have limited evidence of efficacy for hiccups include but are not limited to muscle relaxants (eg, baclofen), anticonvulsants (eg, gabapentin, pregabalin, carbamazepine, valproic acid, phenytoin), antipsychotics (eg, olanzapine, haloperidol, risperidone), and various other drugs (eg, metoclopramide, carvedilol, amantadine).

This article will review literature supporting the use of baclofen, gabapentin, or metoclopramide, three commonly used off-label medications, for the treatment of hiccups.

Baclofen is commonly used as a second-line therapy to chlorpromazine. Guelaud and colleagues conducted a study following 37 patients with chronic hiccups treated with baclofen (5-25 mg three times daily). Baclofen treatment resulted in cessation of hiccups in 18 patients (49%) and marked improvement in hiccups in 10 patients (27%).

Gabapentin is thought to curb the excitatory activity of the diaphragm via blocking voltage-gated calcium channels, reducing the release of glutamate and substance P. Thompson and Brooks conducted a MEDLINE search producing three case series (66 patients total with improvement/cessation in 64 patients) and 17 case reports supporting the successful use of gabapentin for hiccups. The recommended dosing of gabapentin for persistent or intractable hiccups is 100 mg three to four times daily, titrated until improvement up to a maximum total daily dose of 1200 mg.

Metoclopramide, a dopamine antagonist, has shown potential for hiccup cessation and decreased frequency via CNS depression. Wang and Wang conducted a double-blinded, randomized, placebo-controlled study to investigate the use of metoclopramide in intractable hiccups. A dose of metoclopramide 10 mg three times daily resulted in 11 out of 17 patients (65%) with marked improvement in hiccups compared with 4 out of 17 patients (24%) on placebo.
Although chlorpromazine is generally considered first-line therapy for the treatment of hiccups, drug therapy choice can be guided on the basis of concomitant disease states or intolerability to chlorpromazine due to postural hypotension, excessive drowsiness, or dystonic reactions. Baclofen might be an option for patients who do not tolerate chlorpromazine. Patients with hiccups and a seizure disorder or neuropathic pain may benefit from treatment with gabapentin, while metoclopramide can be helpful for patients suffering from hiccups and gastroesophageal reflux disease.
Above all, identifying the underlying cause of hiccups should be attempted first.

The author wishes to acknowledge the assistance of, Lisa Cillessen, PharmD, RPh; Amy Thein, PharmD, RPh; and Josephine Aranda, PharmD, RPh, PGY1 Residents at Northeastern University School of Pharmacy, in collaboration with Federally Qualified Health Centers and the Program of All-Inclusive Care for the Elderly, Boston, Massachusetts.

domingo, 19 de julho de 2015

Dr. Raul Nogueira - Agraciado com o "Next Generation Healer Award" de 2015 da Grady Health Foundation


O prêmio "Next Generation Healer" de 2015 da Grady Health Foundation  agraciou o neurointervencionista Dr. Raul Nogueira no encontro White Coat Grady Gala.

Um orgulho que passa por ver um cearense que teve parte de sua formação na Universidade Federal do Ceará e nos corredores do Hospital Walter Cantídio se projetar com destaque mundial em sua área. Entratando, essa conquista nos traz um gosto ainda mais especial pelo fato do Dr. Raul Nogueira ser filho do nosso querido professor Dr. Otho Leal Nogueira, referência histórica e contemporânea na Clínica Médica.

O Dr. Raul Nogueira hoje é diretor da divisão Neuroendovascular da Marcus Stroke & Neuroscience Center e presidente da Sociedade de Neurologia Vascular e Intervencionista dos Estados Unidos.

Vejam abaixo o vídeo do prêmio:




(Reparem que no vídeo tem uma foto, jovem, de farda do Colégio Militar de Fortaleza).


Segue um pequeno resumo da carreira do Dr. Raul:

Raul Nogueira, MD, Director, Neuroendovascular Division – Marcus Stroke & Neuroscience Center, is an acclaimed interventional neurologist, specializing in neurocritical care and interventional neuroradiology. Since coming to Grady in 2010, Dr. Nogueira has not only saved lives, he has saved the cherished way of life patients often lose when a major stroke occurs. Dr. Nogueira completed medical school at the Federal University of Ceara in Brazil. He did his neurology residency and fellowships in Neurocritical Care/Stroke and Diagnostic and Interventional Neuroradiology at Massachusetts General Hospital. From his tenure as an Assistant Professor of Neurology at Harvard Medical School, he joined the Emory School of Medicine faculty. Dr. Nogueira’s expertise and successes have made Grady’s Marcus Stroke Center the referral center for more than 70 Georgia hospitals, as well as hospitals in surrounding states.

Dr. Nogueira has extensive experience in the diagnosis, management, and treatment of neurovascular diseases including brain aneurysms, arteriovenous malformations, dural arteriovenous fistulas, pre-operative embolization of tumors and treatment of head and neck lesions including epistaxis. He also specializes in stroke prevention, which includes carotid and vertebral artery angioplasty and stenting, as well as acute stroke treatment with thrombolysis.


Finalizamos novamente parabenizando o trabalho e talento do Dr. Raul Nogueira que nos serve de inspiração como o trabalho do seu pai, querido Dr. Otho Leal Nogueira.



segunda-feira, 13 de julho de 2015

Concurso para Médicos no Município de Fortaleza

A prefeitura municipal de Fortaleza, através do Instituto Municipal de Desenvolvimento de Recursos Humanos - IMPARH, lançou edital de concurso público de provas e títulos para médicos com vagas no IJF e nos Frotinhas.

São 43 vagas para os Frotinhas (Antônio Bezerra, Messejana, Parangaba) e 74 vagas para o IJF.

Inscrições até 05 de Agosto.

Baixe:

Site: http://www.fortaleza.ce.gov.br/imparh/concursos-e-selecoes-em-andamento


Vejam as vagas, carga horária e vencimentos por local
👇👇👇


No IJF:



Nos Frotinhas:




quinta-feira, 9 de julho de 2015

Convite: Arraiá HUWC-MEAC

Convite da Unidade de Desenvolvimento de Pessoas - EBSERH

"Prezados colaboradores, 

Convidamos a todos para participar do grande Arraiá HUWC-MEAC, que acontecerá amanhã (10/07/15), das 10h às 17h.
Segue abaixo convite com mais informações.
Contamos com sua presença, vai ser bom demais!




Att,

Unidade de Desenvolvimento de Pessoas - UDP
Divisão de Gestão de Pessoas - DivGP
Gerência Administrativa - GA
Hospitais Universitários (HUWC e MEAC) da UFC
E-mail: udp.huwc.meac@ebserh.gov.br
(85) 3366-8186


Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH
Site: http://www.ebserh.gov.br/
"