É muito comum residentes e internos terem de fazer apresentações em PPT para poder passar casos clínicos ou apresentar revisões. Entretanto, nunca fomos treinados para tal e algo que não é tão incomum é o Death by Powerpoint (matar a audiência de tédio e bocejos pela apresentação).
Vi esse texto, muito simples e pertinente do site efetividade.net que pode ajudar. Além do texto abaixo, seguem alguns comentários:
- Você deve dominar o caso e a história clínica (não só escrever os slides ou ler prontuário)
- Os slides não devem ser a base de sua história. Você deve ser a base da apresentação.
- NÃO escreva uma bíblia e vá lendo milhões de linhas na tela
- Poucas coisas podem dar mais sono que isso...
- Apresente os itens em TÓPICOS.
- E discorra sobre cada tópico. A estrutura e as principais informações ficam na tela assim...
- Evite NEGA, NEGA, NEGA.
- Você sabe da história, se a audiência quiser saber se tem alguma história prévia ou se foi investigado algum sinal ou sintoma, pergunta.
- Focar nos achados positivos.
- Será necessário escrever a receita de bolo BEG, anictérico, acianótico, afebril, eupneico, corado, hidratado, orientado e cooperativo, etc etc etc quando todos os achados são na unha? Não seria mais fácil simplesmente dizer que não tem alterações significativas no exame físico e focar a apresentação no positivo da unha?
- Veja abaixo o que é a regra do 10/20/30 que tanto falo ;)
- 10 slides / 20 minutos / nenhuma fonte menor que 30
- Como diria Dr. Albano, essas orientações ou guidelines são linhas e não cercas. Podem variar de caso a caso, não precisam ser seguidas à risca, mas já dão uma boa ideia de por onde começar...
Segue o texto do efetividade.net:
Os sete pecados capitais do Powerpoint
Powerpoint é sinônimo de apresentações baseadas em slides gerados por computador, na mente de bastante gente - mesmo quando o software usado para elas é o Keynote, o OpenOffice, o Flash e tantos outros.
Assassinato por Apresentação
Bem ou mal, esta ferramenta de comunicação cumpre alguns papéis importantes quando bem empregada. Já quando é mal usada... quem aguenta prestar atenção em uma apresentação mal preparada ou executada?
Pensando nisso, volto ao assunto das apresentações, que há um bom tempo não aparece aqui no Efetividade, com a intenção de fazer um artigo breve, que caiba em uma folha de papel (reciclado!) para você imprimir e "esquecer" na mesa daquele seu colega ou professor cujas apresentações são uma fonte de bocejos e mal-entendidos ;-) ou mesmo para colocar no mural ou mandar por e-mail pra toda a equipe!
Sinta-se à vontade para recortar e colar só o trecho abaixo, mas não deixe de manter a referência ao Efetividade.net para que o seu colega saiba onde se informar mais a respeito ;-)
Os 7 pecados capitais do Powerpoint, versão Efetividade.net
Antes de preparar sua próxima apresentação, use a lista de pecados a seguir como uma checklist dos principais pontos que devem ser evitados:
- Começar se desculpando: "Ficou pronto agora", "não tive tempo suficiente para me preparar", "minha voz pode falhar", "estou substituindo quem realmente entende do assunto", "não sei usar direito este equipamento" - é possível que seja tudo verdade, mas se você não disser, talvez boa parte do público nem note. Só que quando você diz, você garante que as pessoas prestarão atenção a estas deficiências (ainda que mínimas), quando deveriam estar atentas à sua mensagem. Tenha fé em si mesmo, e deixe sua mensagem ser o centro das atenções. (mais em http://miud.in/2Nc)
Quem ainda aguenta?
- Transições, efeitos sonoros, cliparts e modelos padrão - quem aguenta aqueles bonequinhos de palitos, imagens de troféus para representar as metas, e outros grafismos e conjuntos de cores, layouts e estruturas visuais que vêm com a ferramenta e são usados desde o tempo do guaraná de rolha? Imagens representativas são ferramentas poderosas, mas pesquise algumas melhores, ou recorra a quem possa lhe ajudar com isso! As transições, mesmo quando não são "as mesmas de sempre", ainda têm o ponto negativo de atrair a atenção do público para longe de você bem no momento em que eles deveriam estar olhando você apresentar a nova idéia que o levou a mudar de slide. (mais em http://miud.in/2Ns)
- Excesso de texto: Slide não é apostila, nem enciclopédia, nem guia para o apresentador. Use o visual da sua apresentação para ilustrar, dar uma visão de conjunto e complementar, não como uma base de texto para o público ler enquanto você fala a mesma coisa. Uma boa regra para garantir que o slide não vire apostila é obrigar-se a usar só fontes grandes (tamanho 30, e não tamanho 12...) (mais em http://miud.in/2Ni)
Estou sendo claro?
- "Vocês estão conseguindo ler?": Esta frase deveria ser proibida. Se você tem dúvida, não deveria ter construído o slide assim. E o pior: isso costuma acontecer em slides com dados importantes, scanneados ou colados de outros documentos feitos para serem lidos sobre a mesa. Se você tem uma massa de dados que é importante o suficiente para estar na sua apresentação, não basta copiá-la, é necessário torná-la legível e compreensível na forma de slides, mesmo que seja necessário transpor, exibir graficamente, quebrar em vários slides, ou selecionar apenas a parte essencial. (mais em http://miud.in/2Nf)
- Depender da ferramenta: se a apresentação for importante para você, você é o maior interessado em garantir que tudo irá bem. Leve consigo cópias extras dos arquivos necessários, sem jamais depender apenas de uma mídia - o drive de CD pode não estar funcionando, o pen drive pode não ser reconhecido, o projetor pode ser incompatível com seu notebook. Teste tudo antes, porque na hora da verdade tudo fica muito mais difícil. E saiba o que irá fazer caso a tecnologia falhe epicamente por razões fora do seu controle - idealmente você estará familiarizado com seu conteúdo e poderá ao menos fazer uma breve exposição de 10 minutos sobre os pontos principais, mesmo que o projetor e o notebook tenham queimado simultaneamente, como já vi acontecer. (mais em http://miud.in/2Nl)
Esta apresentação durou bem mais do que o necessário
- Usar tempo demais: bons comunicadores conseguem adequar qualquer tema a qualquer quantidade de tempo disponível - sejam 5 minutos ou 5 horas, e merecem nossa admiração por isso. Mas nem todos somos bons comunicadores, e erramos quando tentamos fazer nossas apresentações preencherem o tempo que estiver disponível. Mesmo na sala de aula, a apresentação é uma técnica para transmitir uma mensagem, e não para preencher um determinado tempo. Saiba qual a sua mensagem, e faça com que a apresentação dure apenas o necessário - não a encha de introduções, históricos, complementos e anexos. O tempo do seu público é valioso, e a capacidade de manter a atenção focalizada em você é sempre limitada. Se você desperdiçá-la com longas introduções, vai sentir falta dela quando chegar ao filé mignom de sua mensagem. (mais em http://miud.in/2No)
- LER: coloquei o verbo em maiúsculas, porque ler é mesmo um dos maiores pecados, mesmo sendo uma palavra tão curta. O apresentador não deve ler nada - nem os slides, nem anotações, nem um trecho da apostila. O público sabe ler, e consegue ver o seu slide. Fale com eles, ouça-os, e saiba o que dizer, na sequência certa, e com todos os pontos principais. Se houver algum aspecto textual da sua apresentação que não é importante o suficiente para ser aprendido e memorizado por você, provavelmente ele não é importante o suficiente para estar nela, também.
Resumindo em uma frase curta
Na hora de compor seus próximos slides, a "regra dos 10/20/30", proposta por Guy Kawasaki, é um primor de simplicidade, porque foi composta por alguém cuja atividade profissional exigia assistir a grande número de apresentações diferentes todos os dias, e serve como uma linha geral, que você pode flexibilizar apenas no que for essencial.Vou resumi-la: nenhuma apresentação efetiva deve ter mais de 10 slides, durar mais de 20 minutos ou ter alguma fonte de tamanho menor que 30.Apresentações servem para transmitir idéias. Use-as bem, e elas funcionarão a seu favor. Caso contrário... a idéia que você transmitirá poderá funcionar contra você.
Augusto Campos (@augustocc) é Administrador, pós-graduado em Gerenciamento de Projetos e pós-graduado em Implantação de Software Livre. Atua na área de Planejamento Estratégico em Florianópolis e é autor e mantenedor dos sites BR-Linux (desde 1996 e contando), BR-Mac (mais informação, menos rumor) e Efetividade (agenda em dia, caixa de entrada vazia!).
Muito bom os textos, adorei!
ResponderExcluirAdorei!!! Dicas boas e pertinentes! ;)
ResponderExcluir