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domingo, 25 de janeiro de 2015

Obesidade: Podemos estar contribuindo para aumentar a epidemia de obesidade? Primum non nocere


Podemos estar contribuindo para aumentar a epidemia de obesidade?

Muitas medicações tem sido implicadas em ganho de peso. Algumas são de uso comum na prática clínica como:

  • Antidepressivos
  • Anti-epiléticos
  • Antipsicóticos
  • Betabloqueadores
  • Corticóides
  • Antihistamínicos
  • Hipoglicemiantes
  • Contraceptivos injetáveis
  • Antiretrovirais

Possuem a saúde particularmente vulnerável a esse efeito pacientes com sobrepeso e obesos (IMC ≥ 25 e especialmente IMC ≥ 30 ou IMC ≥ 27 com comorbidades).

Os novos guidelines para tratamento farmacológico da obesidade (Pharmacological Management of Obesity: An Endocrine Society Clinical Practice Guideline. doi: 10.1210/jc.2014-3415) trazem recomendações para indicar fármacos que induzam perda de peso, mas também focam especificamente em alternativas às medicações associadas com ganho de peso e, quando não possível, na discussão e esclarecimento dos seus efeitos colaterais e de como monitorá-los, especificamente nesses pacientes mais vulneráveis.

Lembrando que os fármacos são somente adjuntos para auxiliar na mudança de estilo de vida, nunca será demais enfatizar que a reeducação alimentar e atividade física continuam detento papel fundamental nesse processo.

Entretanto, costumamos esquecer que muitas vezes podemos "co-participar" da obesidade dos nossos pacientes ao prescrever medicações que promovam ganho de peso, especialmente se não tiverem uma indicação precisa.

A prescrição de antidepressivos, como a amitriptilina, frequentemente é banalizada para qualquer síndrome dolorosa ou distúrbio leve do humor, ajuste ou luto. Este tratamento pode agravar a obesidade e piorar condições decorrentes e/ou associadas a ela, como diabetes, osteoartrose de joelho, apneia do sono,  baixa auto-estima etc. num ciclo vicioso.

Isso não é só prerrogativa de alguns antidepressivos, como vimos. Seguem alguns exemplos de medicações associadas com ganho ponderal e alternativas (ver o restante na publicação):

# Antidepressivos
Ganho de peso: Paroxetina, Amitriptilina, Mitarzapina, Nortriptilina
Ganho leve a longo prazo: Duloxetina, Venlafaxina
Neutro: Citalopram, Escitalopram
Perda inicial / neutro: Fluoxetina, Sertralina
Perda de peso: Bupropiona

#Antipsicóticos
Ganho de peso: Olanzapina > Clozapina > Quetiapina > Risperidona > Ziprasidona

# Antiepiléticos
Ganho de peso: Ácido Valpróico > Gabapentina > Pregabalina / Carbamazepina
Neutro: Lamotrigina, Levecetirezam, Fenitoína
Perda de peso: Topiramato, Zonisamida

#Antihistamínicos (evidência fraca)
Ganho de peso: Antihistamínicos COM propriedades sedativas > Antihistamínicos SEM propriedades sedativas

#Betabloqueadores (evidência fraca)
Ganho de peso: Betabloqueadores com propriedades vasodilatadoras (Carvedilol, Nebivolol) < Outros betabloqueadores.

#Hipoglicemiantes
Ganho de peso: Insulinas, sulfonilreias, glitazonas, glinidas
Neutro: Inib alfa-glicosidase, inibidores DPP-4
Perda de peso: Agonistas GLP-1, metformina, inibidor SGTL-2


Então uma das formas de prevenir o aumento da epidemia de obesidade continua sendo a máxima: Primum non nocere



quinta-feira, 3 de abril de 2014

Circunferência abdominal vs. Mortalidade: Associação independente do IMC - Mayo Clinic recomenda medir em TODOS!

via http://www.medscape.com/viewarticle/821997?src=rss e Mayo Clinic

A circunferência abdominal está relacionada à obesidade visceral. Atualmente, recomenda-se medi-la quando o IMC está acima do normal (≥25 kg/m2). É componente fundamental para diagnóstico da síndrome metabólica. 

Um estudo publicado na Mayo Clinic Proceedings (Mayo Clinic Proceedings Volume 89, Issue 3 , Pages 335-345, March 2014) mostra uma relação independente para mesmos valores de IMC (mesmo quando normal).

Então a chamada é incluir na avaliação padrão essa medida antropométrica. Para cada cinco centímetros de aumento, há um aumento incremento de mortalidade geral de 7% em homens e 9% em mulheres, independente do IMC. Para homens há aumento de mortalidade se dá em incrementos de 5 cm de 90 a 110 cm. Para mulheres idem, mas de 70 a 95 cm. 


Big Waists Linked with Early Death Regardless of BMI
Fonte: http://www.reducaoestomago.com.br
ROCHESTER, MN — A larger waist, irrespective of body-mass index (BMI), is associated with an increased risk of mortality, according to a new pooled analysis of more than 650 000 men and women from 11 cohort studies. Researchers suggest that waist circumference should be measured in combination with BMI, even for those within the normal BMI range, to help stratify patients who might be at risk for obesity-related mortality.

"Our results strongly suggest that BMI and waist circumference jointly serve as important predictors of mortality in the general population, so clinically it may not be useful to try to select one measure over the other," write Dr James Cerhan (Mayo Clinic, Rochester, MN) and colleagues March 13, 2014 in the Mayo Clinic Proceedings.


Obesity is frequently measured using BMI, and obese individuals have higher all-cause mortality than individuals with normal BMI, which is defined as 18.5 to 24.9 kg/m2. However, the relationship between BMI and mortality is not linear—studies have documented lower BMI being associated with higher mortality—and is confounded by tobacco use, preexisting illness, weight loss, or short follow-up, explain the researchers. Given these and other limitations, the group sought to assess the independent effect of waist circumference on mortality across the entire BMI range.
In an analysis adjusted for multiple demographic and lifestyle characteristics, physical-activity levels, and BMI, each 5-cm increment in waist circumference was associated with a 7% higher risk of all-cause mortality in men and a 9% higher risk in women. The elevated risk with higher waist circumferences was evident for both men and women across the entire range of BMI levels. The association with waist circumference was stronger for respiratory and cardiovascular mortality than for deaths from cancer.
Fonte: http://www.reducaoestomago.com.br
Adjusting the analysis for BMI strengthened the association between waist size and mortality, which investigators suspect might be because this decreased "confounding by preexisting diseases, pathologic conditions, or general frailty, all of which are associated with low lean body mass."
Clinically speaking, the results suggest "that current recommendations regarding waist circumference, which are predicated on using a single sex-specific cut point and evaluation only in the BMI range of 25 to 34.9 kg/m2, should be broadened as part of risk assessment for premature mortality," conclude Cerhan and colleagues.


Abraços,