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sexta-feira, 2 de junho de 2017

Mesmo cursos breves de corticoides: 2x mais fraturas, 3x mais TVP e 5x a chance de Sepse em um mês




A prescrição de corticoides (e mesmo corticoides de depósito[!]) não tem sido incomum para alívio sintomático de quadros relativamente banais como infecções de vias aéreas sem maiores complicações e outras afecções como dores articulares leve e quadros inflamatórios diversos.




A despeito da melhora sintomática importante que trazem, critérios judiciosos para a prescrição dessas medicações devem ser tomados, pois não são isentos de riscos! Lembrem-se do Dr. Otho: "O corticoide leva o paciente para a mesa de Laennec sorrindo".

Segundo estudo do BMJ, no primeiro mês após uso de corticoides, há 2 vezes mais chances de fratura, 3 vezes mais chance de trombose venosa profunda e 5 vezes o risco de sepse. Esses eventos se manifestaram mesmo com 5-6 dias de curso e com doses de somente 20 mg equivalente de prednisona. 

Vejam mais informações e link para o artigo abaixo.



Even Short-term Oral Steroids Carry Serious Risk

The millions of Americans prescribed short-term oral corticosteroids are taking a dose of risk along with their medication, according to a cohort study of more than 1.5 million adults.

Within 30 days of initiating these drugs, even at relatively low doses, users had a nearly twofold increased risk for fracture, a threefold increased risk for venous thromboembolism, and a fivefold increased risk for sepsis.

"Greater attention to initiating prescriptions of these drugs and monitoring for adverse events may potentially improve patient safety," write Akbar K. Waljee, MD, an assistant professor of gastroenterology at the University of Michigan in Ann Arbor, and colleagues. They present their findings in an article published April 12 in the BMJ.

They found that more than one in five adults included in the Clinformatics DataMart, a large national database of commercial insurance claims, received prescriptions for short-term oral corticosteroids during the 3-year study, which ran from January 1, 2012, to December 31, 2014.

Although corticosteroids are among the most common cause for hospitalization for drug-related adverse events, and various specialties have long focused on optimizing their long-term use, the short-term risks associated with the drugs have been less carefully studied.

"Although physicians focus on the long-term consequences of steroids, they don't tend to think about potential risks from short-term use," said Dr Waljee in a university news release. "We see a clear signal of higher rates of these three serious events within 30 days of filling a prescription. We need to understand that steroids do have a real risk and that we may use them more than we really need to. This is so important because of how often these drugs are used."

Of 1,548,945 adults aged 18 to 64 years included in the database, 327,452 (21.1%) received at least one outpatient prescription for short-term oral corticosteroids (30 or fewer days). The mean age of users was 45.5 years (standard deviation [SD], 11.6 years) compared with 44.1 years (SD, 12.2 years) for nonusers (P < .001). The median duration of use was 6 days (interquartile range, 6 - 12 days).

The six most common indications for the drugs were upper respiratory tract infections, spinal conditions, intervertebral disc disorders, allergies, bronchitis, and nonbronchitic lower respiratory tract disorders. Together, those indications accounted for about half of all prescriptions. The two most common physician specialties prescribing short-term oral corticosteroids were family medicine and general internal medicine.

Nearly half (46.9%) of recipients were prescribed a 6-day prepackaged methylprednisolone "dosepak," which tapers the dose from highest to lowest. Dr Waljee noted in the news release that although individual oral steroid pills can cost less than a dollar each for a 7-day course, the prepackaged version may cost several times that and often initiates therapy with a higher high dose than may be necessary.

Use was more frequent among older patients, women, and white adults, with significant regional variation (all P < .001).

Within 30 days of drug initiation, there was an increase in incidence rate of the following: sepsis, with a rate ratio of 5.30 (95% CI, 3.80 - 7.41); venous thromboembolism, with a rate ratio of 3.33 (95% CI, 2.78 - 3.99); and fracture, with a rate ratio of 1.87 (95% CI, 1.69 - 2.07).

The increased risk persisted at prednisone equivalent doses of less than 20 mg/day, with an incidence rate ratio of 4.02 for sepsis, 3.61 for venous thromboembolism, and 1.83 for fracture (all P < .001).

Rate ratios decreased during the following subsequent 31 to 90 days, however.

Although rare, hospitalizations were also more frequent in users than nonusers, with 0.05% of users admitted for sepsis compared with 0.02% of nonusers. For blood clots, the admission rate was 0.14% versus 0.09%, and for fractures, it was 0.51% vs 0.39%.

Dr Waljee and associates found it significant that the most frequent corticosteroid prescribers were not rheumatologists or other subspecialists experienced in treating inflammatory conditions long-term. "A substantial challenge to improving use of oral corticosteroids will be the diverse set of conditions and types of providers who administer these drugs in brief courses," they write. "This raises the need for early general medical education of clinicians about the potential risks of oral corticosteroids and the evidence basis for their use, given that use may not be specific to a particular disease or specialty."

On the basis of these findings, Dr Waljee recommended prescribing the smallest possible amount of corticosteroids for treating the condition in question. "If there are alternatives to steroids, we should be use those when possible," he said in the release. "Steroids may work faster, but they aren't as risk-free as you might think."

This study was supported partly supported by the University of Michigan's Institute for Healthcare Policy. The authors have disclosed no relevant financial interests.





terça-feira, 9 de maio de 2017

terça-feira, 12 de abril de 2016

Visita de prescrição - comentários

Caros,

Fizemos mais uma visita de prescrição. Essa sessão contou com a participação especial do farmacêutico Dr. Neto e das residentes multiprofissionais Camila e Taline. Essa interação multidisciplinar foi muito profícua sendo espaço para tirada de dúvidas logísticas, clínicas e farmacológicas. 

Algumas observações importantes são descritas abaixo:

Uma prescrição foi editada em projeção por meio de um iPad e discutida com diversos cenários clínicos. As recomendações são sobre prescrições em geral.
  • Não esquecer as orientações da dieta!
  • Cuidado com os impressos! Nessa prescrição o item 2 saiu como "glicose 5%". Apesar de um erro sem impacto nesse caso, demonstra nossa necessidade de revisar cada prescrição. Caso fosse outra medição, representaria dose 10 vezes menor.
  • Apesar de haver publicações que demonstram vantagem em tempo estendido de infusão dos carbapenêmicos, o Meropenem disponível no hospital atualmente (da Biochimico) só tem estabilidade garantida por uma hora, devendo portanto ser prescrito em bôlus ou em até 60 min.
  • Não esquecer de datar início de tratamentos importantes como início de corticóide (item 8) e RIPE (item 7).
  • Hidrocortisona pode ser prescrita em bôlus ou então, conforme rotina da UTI, como 200 mg em 200 ml SF 0,9% correndo em BIC 24h.
  • IMPORTANTE: Quando velocidade de infusão e diluição não são colocados, o padrão da enfermagem é diluir em 100 ml SF0,9% e aplicar em 30 min.
    • Não prescrever "Conforme rotina"! Você deve especificar a rotina.
  • Para Anfotericina B, em pacientes com restrição a volume, é possível concentrar 1 FA em 250ml SG5%, sendo na bula possível até diluir 1 mg/1 ml.
  • Cuidado com grande concentração de medicações. Lembrar que sempre são desprezados cerca de 15-20 ml que ficam no equipo e quanto maior a concentração, maior a quantidade de medicação que fica no equipo.
  • Sempre avaliar judiciosamente o uso de Omeprazol (item 14). Via de regra é feito demais para profilaxia (sem indicação) e mantido por via EV quando se pode fazer VO/SNE. Sempre avaliar possibilidade suspender ou mudança EV → VO. Tentar enxugar a prescrição.
  • Omeprazol no HU tem preparo próprio para ser administrado por sonda. Concentração é 20 mg/10 ml. Obs: Quando grânulos são macerados há necessidade de preparo básico (bicarbonato feito pela farmácia); quando não macerado para ingestão os grânulos devem ter preparo ácido (como suco de laranja, limão, cítricos em geral)
  • Preferir as apresentações em solução disponíveis na casa e não macerar comprimidos = prescrever comprimidos quando VSNE (itens 12 e 13)
  • Cuidado com medicações que somadas podem ultrapassar dose máxima (item 9 e 15). Nesse caso não ultrapassa, mas lembrar de associações como Tylenol + Tylex em prescrição. Tivemos casos de ultrapassar dose máxima segura para paracetamol.
  • Prezar prescrever os nomes pelo princípio ativo no SUS. É obrigatório! (item 13)
  • Com relação aos dias de prescrição de ATB no HUWC - norma CCIH:
    • Quando não são realizadas todas as doses em 24 horas, deve ser prescrito D0 (por exemplo começar piperacilina + tazobactam às 20h). Item 3 realmente é D0.
    • Quando são realizadas todas as doses de um dia ou posologia de 24/24h, deve ser prescrito D1. Item 5 da prescrição seria D1 e não D0.
  • Preferir amarrar os horários de mensuração de Dx e não deixar 6/6h ou 8/8h.
  • Sempre deixar amarrada nova mensuração de Dx após uso de glicose 50%
  • Preferir uso EV ao uso IV. Segurança de prescricão. IV por vezes é confundido com IM
  • Evitar sintomáticos "se" caso o paciente não venha apresentando o sintoma. P.ex. se nunca teve febre, não deixar dipirona se febre. Se nunca teve náuseas e/ou vômitos e nem fará algo que justifique (p.ex. ciclofosfamida) não deixar plasil se N/V. Sendo algo novo, deve ser avaliado pelo plantonista.
  • Quando medicações estão rodeladas (item 13) sem justificativa, saber o porquê que não foi feita.
  • Sempre deve ser feita avaliação de interação de medicações e algumas definitivamente acendem uma luz vermelha para isso como:
    • Amiodarona e antiarritmicos
    • Warfarina
    • Anticonvulsivantes
    • Coxip
  • Deve-se utilizar aplicativos grátis como Medscape, Epocrates, Micromedex, Uptodate para avaliar:
    • Interações medicamentosas
    • Compatibilidade de soluções
    • Compatibilidade de correr em "Y" no mesmo acesso
  • Especificar preferencialmente o número do item em prescrições condicionais (item 9). Colocar "item 5" e não "ANFO B". Apesar de óbvio, pode haver confusões.

Agradecemos a participação de todos e esperamos fortalecer cada vez mais o cuidado multidisciplinar com envolvimento do máximo de profissionais.

Abraços,